25 anos com o mesmo norte

A primeira escola onde estudei tinha uma sala de aula e alunos de várias idades. Eu tinha 12 anos. Vivia na zona rural de São Pedro dos Ferros, cidade mineira hoje com pouco mais de 8 mil habitantes. Um fazendeiro da região montou aquela sala de aula para os filhos dos colonos. Foi lá onde me alfabetizei e fiz os primeiros anos do primário.

Decidi cedo que queria outra vida. Com 14 anos, vim morar em São Paulo, na casa de uma tia; depois, em um quarto de pensão. Trabalhei em curtume, em metalúrgica e na construção civil, como servente de pedreiro e ferreiro, até ser aprovado num concurso do Banespa, como escriturário. Com emprego e salário certos, avancei nos estudos: supletivo do ginasial, curso técnico de contabilidade, faculdade de Administração. Fiz carreira no banco até 1978, quando saí para fundar uma construtora, que prosperou. Em 1993, decidi dar novo passo: fundar um colégio. Hoje, somadas as horas em que frequentei aquele novo colégio – e outros dois que viria a construir –, devo ter passado mais tempo da vida no papel de dono de escola do que em qualquer outro que já desempenhei.

Conto isso para refletir como o destino de uma pessoa só se torna claro em retrospecto. Talvez o mesmo possa ser dito sobre instituições.

Quando criamos o Sabin, 25 anos atrás, tínhamos uma ideia bem diferente do que o Colégio é hoje. A princípio, seria uma escola pequena, simples. No terreno original, de 10 mil m2, havia um prédio e um ginásio de esportes. Prevíamos chegar à marca de 1.500 alunos em oito anos. Mas logo no primeiro dia de aula tínhamos mais de 1.300. No ano seguinte, já era preciso anexar o terreno ao lado, onde ficam os prédios Monet e Van Gogh.

Hoje, os 10 mil m2 originais são 17 mil m2, onde oferecemos uma infraestrutura de ensino equivalente à de poucas escolas – incluindo três laboratórios científicos e um recém-criado espaço maker – e um dos mais amplos programas de atividades extracurriculares da cidade. Há exatos 10 anos, inaugurávamos uma segunda unidade de Educação Infantil: o AB Sabin. Além do crescimento físico, esses 25 anos viram o Sabin crescer também em qualificação da equipe e resultados. A escola, que no início tinha apenas dois mestres entre seus docentes, hoje conta com mais de 40, por exemplo. Ano após ano, os alunos são aprovados nos vestibulares mais concorridos do País e, desde 2007, colocam o Sabin entre as melhores escolas da cidade no ranking do Enem.

Olhando para trás, não era certo que o Sabin chegaria aonde chegou, como não era certo o que eu faria ao deixar o interior mineiro. Eu só sabia que buscava uma vida melhor para mim e para a família que vim formar. Defini  meu norte e a ele cheguei, ainda que por caminhos inesperados. O mesmo acredito do Sabin. Pequena ou grande, esta escola é comprometida, desde o nascimento, em oferecer uma educação de excelência, o ensino de um segundo idioma tão bom quanto o dos melhores cursos de línguas e atividades esportivas e culturais com o mesmo rigor pedagógico. E comprometida em estabelecer com as famílias uma parceria verdadeira, séria, baseada em valores.

É por isso que tenho plena confiança no destino do Sabin, mesmo que seja impossível sabê-lo. Porque, aos 25 anos, nossa bússola segue apontando para o mesmo norte.

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