Porta de entrada ao mundo do esporte coletivo, a Iniciação Esportiva promove a postura de atleta.
“Será que vai ter futebol, mãe?” Essa era a grande dúvida de Julio Boschi, 7 anos, quando decidiu participar da Iniciação Esportiva, do Programa Sabin+Esportes&Cultura. Como a maioria de seus colegas, Julio estava entusiasmado pela oportunidade de começar a praticar esportes no Colégio – é a partir do 2º ano que o Programa é oferecido –, mas temia que as aulas não contemplassem o seu favorito. Sua mãe, Lívia Freitas, não precisou tranquilizá-lo por muito tempo; logo o garoto descobriu que não apenas o futebol, na versão futsal, mas também o basquete, o vôlei e o handebol têm espaço garantido na Iniciação.
A ideia é que a disciplina, oferecida do 2º ao 5º ano, funcione como porta de entrada ao mundo do esporte coletivo para os pequenos. Na Iniciação Esportiva, as quatro modalidades são apresentadas formalmente aos alunos –
suas regras, seus fundamentos e sua dinâmica –, sem que as aulas percam o caráter lúdico adequado à faixa etária.
“No início, algumas famílias acreditam que vai ser como uma escolinha de futebol ou de outro esporte, mas essa impressão cai por terra rapidamente; os objetivos são outros”, diz Paulo Rogério Vieira, coordenador do Sabin+Esportes&Cultura. “Queremos que os alunos desenvolvam postura de atleta”. Segundo Paulo, isso passa pelo entendimento de que um esporte coletivo envolve dividir responsabilidades. No caso do futsal, por exemplo, que o gol marcado é resultado da colaboração de todos os jogadores, e que o gol sofrido não deve ser debitado na conta do goleiro, mas do time.
A dinâmica de uma aula ajuda a entender melhor a proposta da Iniciação. No início de março, uma turma do 2º ano recebia sua primeira aula de handebol – para muitos ali, o primeiro contato com aquele esporte. Os professores Daniela Nakayama e Marcelo Nunes começam investigando o conhecimento da turma: “Alguém já ouviu falar de handebol?” Uma voz arrisca uma resposta – “É o que joga a bola na cesta!” – e é corrigida por Daniela: “Não, esse é o basquete; no handebol, a gente faz um gol com a mão. Aliás, é por isso que a bola é pequena, estão vendo? Para segurar com uma mão só”. Na sequência, os professores apresentam o primeiro fundamento: o passe. Depois de algumas demonstrações, e para alegria da garotada ansiosa pela prática, dividem a turma em trios, um aluno recebendo e passando a bola para os outros dois colegas. Daniela e Marcelo vão percorrendo a quadra, incentivando acertos e corrigindo erros.
Ao longo do curso, o mesmo será feito com o basquete, o vôlei e o futsal. “Queremos ampliar ao máximo o repertório dos alunos, para que mais à frente escolham a sua modalidade preferida”, diz Paulo Rogério.
Cristina Veiga, por exemplo, não sabe se a filha Laura, aluna do 2º ano, puxará o seu gosto pelo vôlei, que ela jogou na adolescência. Mas enxerga como grande benefício da Iniciação a promoção do hábito de praticar esportes em geral, “o que é supersaudável”. Já para Lívia Freitas, mãe de Julio, não restam dúvidas: o menino prefere mesmo o futebol.