Para além do conhecimento linguístico, o Espanhol no Sabin é meio de enriquecimento cultural.
Em 1936, um golpe de estado defl agrava uma guerra civil que faria a Espanha arder por três anos e, após vitória dos militares liderados pelo general Francisco Franco, sucumbir a uma ditadura de quase quatro décadas. Na sala
de aula do 9º ano do Colégio Albert Sabin, alunos analisam a obra Guernica, de Picasso, à luz desse contexto histórico.
Poderia ser uma aula de História ou de Artes, mas à frente da turma está a professora Denise Chammas, de Espanhol. A aula reflete a abordagem adotada no Sabin para o ensino do idioma, que, para além do conhecimento
linguístico, serve também como meio de enriquecimento cultural. “Usamos a oportunidade para alimentar o repertório dos alunos”, diz Denise. Assim, a análise do quadro de Picasso – que retrata o bombardeio alemão à cidade espanhola de Guernica, em 1937 – complementa as aulas de História da turma, que, no mesmo ano, estuda a ascensão do fascismo e do nazismo na Europa.
Não se trata, claro, do objetivo principal do curso de Espanhol, oferecido na matriz curricular do 6º ao 9º ano e como opção extracurricular no Ensino Médio. Segundo a professora Valéria Tini, o programa do Sabin é planejado para dar condições ao aluno de obter o DELE (Diploma de Espanhol como Língua Estrangeira) ao concluir o Fundamental. “No 9º ano, a maioria dos alunos já consegue obter o DELE de nível B1”, diz Valéria, referindo-se a um nível de uso já autônomo do idioma. “Se prosseguirem no Ensino Médio, podem chegar ao B2”.
Reconhecido no mundo inteiro como diploma de proficiência em Espanhol nas quatro habilidades comunicativas – leitura, escrita, audição e fala –, o DELE tem validade vitalícia. Num mercado de trabalho em que o Inglês é requisito e um terceiro idioma pode ser o diferencial, Denise argumenta que aproveitar o ensino do Sabin para obter o DELE é investimento vantajoso. “Se há um momento propício para se dedicar a isso, com um pouco mais de tempo, sem as responsabilidades da vida adulta, é este”, diz. Não são poucos os que seguem o conselho da professora: só neste ano, mais 76 novos alunos obtiveram o certificado (de 77 que prestaram o exame em novembro de 2016).
Mas, para além das vantagens pragmáticas do idioma, há uma ampliação da visão de mundo que o Espanhol proporciona. “Quando você aprende uma nova língua, toda uma cultura vem junto”, diz Valéria Tini. Ou, no caso da segunda língua mais falada no planeta, culturas.
Daí o cuidado de Valéria e Denise (e de Robson Eduardo Tomaz, que completa o time de professores de Espanhol do Sabin) em apresentar aos alunos as variantes regionais do idioma e as inúmeras festas, artes, comidas e costumes dos países hispanofalantes. Daí, também, a diversidade de recursos – pinturas, filmes, músicas, contos, poemas, folhetos de época – e de dinâmicas de aula (“já pedi para uma turma escrever o roteiro e encenar uma novela mexicana; eles adoraram”, diz Denise) de que as professoras lançam mão para, no processo de ensinar uma nova língua, encantar os alunos com o imenso patrimônio histórico e cultural que o Espanhol tem a oferecer.