Como o Sabin ressalta o valor pedagógico da prática de esportes competitivos.
“Ensinar bem, ensinar a todos, ensinar mais que o esporte”. Paulo Rogério Vieira, coordenador do Sabin+Esportes&Cultura, gosta de repetir a frase. Em sua opinião, ela reflete a abordagem do Sabin na promoção da prática esportiva. O “ensinar bem” é autoexplicativo. “‘Ensinar a todos’ desconstrói a ideia de que o esporte é só para quem é ‘bom’”, diz Paulo. “Já o ‘mais que o esporte’ diz respeito a valores universais que são exercitados nas quadras, nos campos e nas piscinas: empenho, cooperação, superação de limites”. Valores que o professor quer ver demonstrados todos os dias, nas aulas de Educação Física, bem como nos treinos dos alunos que praticam esportes competitivamente pelo Colégio. Sobretudo nestes.
No Sabin, o contato mais intenso do aluno com o esporte ocorre a partir do 6º ano, quando ele pode optar por praticar até três modalidades, duas coletivas e uma individual; até o 5º ano, ele tem à disposição apenas uma modalidade individual e uma única opção coletiva, a Iniciação Esportiva. É no 6º ano também que aqueles que mostram aptidão têm chance de integrar as equipes de treinamento do Colégio e receber um preparo voltado à competição. “Por volta dos 11 anos, eles já estão mais preparados, física e emocionalmente, para uma especialização. Portanto, podem ser cobrados por desempenho”, diz Paulo (há exceções, como o Xadrez, as Ginásticas e a Natação, pelos quais o aluno compete mais cedo, segundo Paulo, por questões biológicas e culturais).
A preparação das equipes de treinamento não difere muito de uma aula convencional. A diferença fica por conta da intensidade e do foco em táticas e estratégias, para a melhoria do desempenho dos atletas. “Erramos muitos saques no último jogo de vôlei? Então, vamos treinar esse saque”, exemplifica o coordenador.
Mas ele faz questão de enfatizar dois pontos essenciais na proposta do Colégio: o primeiro é o cuidado em preservar o equilíbrio entre as demandas esportiva e pedagógica. E, no caso de ruído entre ambas – caso os treinos comprometam os estudos, por exemplo –, dar sempre prioridade à última. O segundo ponto é a preocupação em mostrar aos jovens atletas que a vitória não é um fim em si mesma, que a competição é um processo de aprendizagem e que as derrotas fazem parte do jogo.
“As pessoas, quando experimentam uma derrota, ficam tristes, para baixo. Eu não. Não gosto de desistir. Quando ‘dá ruim’, aí é que vou atrás”, garante Arthur Ortega, aluno da 3ª série do Médio, que joga nas equipes de Basquete e de Vôlei. Ele se lembra de uma derrota do time de Basquete numa final de campeonato. Alguns companheiros, abalados, começaram a chorar. “E aí, a gente vai chorar? Não! Vamos ganhar no ano que vem! Peguei a minha medalha de prata com orgulho”, relembra o jovem.
Trabalhar em equipe, ser resiliente e respeitar o adversário também faz parte da cartilha de Fábio Grell, aluno do 7º ano que sempre teve aptidão para o esporte. Ele já se dedicou ao Xadrez e ao Futsal e hoje integra os times de Handebol e Natação do Sabin. É acostumado a desafios. E, quando perguntado sobre a vitória da qual mais se orgulha, ele, curiosamente, opta por um empate: “Uma vez, um Grande Mestre de Xadrez [Evandro Amorim Barbosa] veio jogar aqui no Sabin. Ele desafiou simultaneamente vários alunos, indo de mesa em mesa. E eu empatei com ele”, diz, com indisfarçável orgulho. Um empate com gosto de vitória, sem dúvida – que mostra que, mais do que vencer o adversário, a competição ensina a superar os próprios limites.