Sobre ter e ser referência

Na história da Educação Brasileira, muitos foram os avanços conquistados
nos anos 1990. Foi a década em que o País implementou importantes
mecanismos de diagnóstico de qualidade da Educação Básica, como o Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica), a partir de 1995, e o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), a partir de 1998. Em 1996, realizou-se também o primeiro Provão, atual Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes), voltado para o Ensino Superior. E, em nível mundial, concluímos a década participando já da primeira edição do exame do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), no ano 2000.

Foi um tempo em que educadores e gestores decidiram prestar atenção redobrada ao que era feito nas escolas brasileiras, medir os resultados e traçar planos com base em dados concretos. Em que se fortaleceu o consenso de que qualquer proposta pedagógica tem de ser fundamentada tanto em valores como em indicadores objetivos de qualidade. Nesse sentido, creio que o Sabin, fundado em 1993, é fruto exemplar de seu tempo.

Desde o início, há 25 anos, temos como diretriz aferir tudo o que podemos sobre nosso trabalho – nossa didática, nossos materiais, nossos projetos – para nos certificarmos de que os resultados serão positivos e crescentes. Não nos permitimos fazer nada apenas por fazer; nossa meta terá de ser sempre
a alta qualidade, e, ainda que essa qualidade não possa ser medida em índices quantitativos, buscaremos os parâmetros mais adequados de avaliação – como sabem nossas famílias da Educação Infantil, etapa em que, não havendo provas, notas ou boletins, ainda assim podemos mensurar o progresso dos
alunos por meio de dezenas de indicadores de desenvolvimento.

Além disso, fizemos questão de estabelecer para nós mesmos uma régua propositalmente mais arrojada do que a da realidade diretamente próxima a nós. Na busca por excelência, sempre olhamos para o resto do mundo para nos motivar e nos inspirar a partir das melhores experiências possíveis, movimento que hoje já é comum entre as escolas brasileiras. Aliás, se houve algo que mudou nesse movimento, ao longo dos 25 anos de existência do Sabin e dos 10 anos do AB Sabin, foi que já não estamos mais na fase de apenas buscar referências para seguir. Concretamente, as práticas adotadas no Sabin e no AB Sabin já se tornaram, elas próprias, referência de boa educação. O que só aumenta a nossa responsabilidade para os próximos 25 anos.

Seguiremos em busca de novas práticas e tecnologias que proporcionem melhores condições de aprendizagem aos alunos, que acompanhem as demandas de uma sociedade em transformação. Seguiremos criando oportunidades para que cada aluno desenvolva suas potencialidades individuais ao máximo, ao mesmo tempo que seguiremos garantindo a todos acesso à base comum do conhecimento acumulado pela humanidade. Seguiremos avançando – mas sempre planejando, e medindo, e avaliando cada passo desse avanço.

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