Professora do AB Sabin conta como sua vida tem sido pautada pelos valores da sustentabilidade.
Há cerca de cinco anos, a professora do AB Sabin Daniela Frigatto e o marido resolveram que era hora de proporcionar ao casal de filhos e a si mesmos uma vida mais saudável, próxima da natureza, na qual curtissem momentos mais conectados uns aos outros que a aparelhos eletrônicos. Adquiriram um sítio em São Roque, a 70 km de São Paulo, que se tornou o refúgio de fins de semana da família. Um refúgio guiado desde sempre por princípios da sustentabilidade.
Ali, eles formaram uma horta orgânica, que abastece a cozinha da família com alface, brócolis, couve-flor, tomate-cereja, entre outras hortaliças, e começaram uma criação de galinhas poedeiras, que lhes fornece ovos frescos. O sítio também foi equipado com um sistema que capta água da chuva, utilizada para diversos fins. O próximo passo será montar uma composteira, para transformar restos de alimentos em adubo para a horta – que, aliás, é mantida livre de pragas com o uso de técnicas naturais de manejo, ensinadas a Daniela e a outras professoras do Sabin e do AB Sabin pela Reconectta, empresa de Educação Ambiental que vem prestando consultoria aos Colégios há alguns anos.
O que poderia ser entendido como decisões que só dizem respeito à família Frigatto, no entanto, tem adquirido para Daniela um significado mais profundo, à medida que ela vem ampliando seu entendimento sobre o conceito de sustentabilidade e sobre o impacto que ações individuais podem ter no meio ambiente.
“O que sustenta essas ações são os valores”, diz a professora, para quem o valor fundamental, no mundo de hoje, é o da empatia. “A questão mais importante é olharmos para o outro: se faz mal para o outro, faz mal para mim”. O “outro”, no caso, não se refere a outros seres humanos apenas, mas ao planeta como um todo. “Lá em casa, passamos a comer carne vermelha no máximo três vezes por semana – por entender o impacto da pecuária no desmatamento –, e frango, sempre que possível, de fornecedores certificados, que garantam uma criação orgânica e sem maus-tratos”.
Foi passando a ver com mais clareza a inter-relação entre a vida de cada um e a vida de todos que Daniela levou ao Colégio, em abril, a ideia de um novo projeto para a Páscoa do AB Sabin. A tradicional doação de ovos de chocolate para entidades beneficentes foi substituída por uma bem-sucedida campanha de arrecadação de lacres de alumínio, que, entregues à ONG Entre Rodas, serão convertidos em cadeiras de rodas. “Uma coisa é você pegar seu dinheiro, ir à loja, comprar um ovo de Páscoa e doar para a escola. Isso é legal, mas outra coisa ainda melhor é você se engajar num projeto como esse, dedicar seu tempo, bater à porta do vizinho, falar com familiares, explicar a importância da causa”, explica a professora. Ela, claro, também fez sua parte, mobilizando o grupo de WhatsApp do condomínio onde mora, assim como o marido, que tem uma rede de cosméticos na Grande São Paulo e transformou suas lojas em postos de coleta. Juntos, o casal arrecadou mais de 50 garrafas PET cheias de lacre.
Mas ela não se dá por satisfeita. Provando que a experiência de fazer o bem transforma, Daniela, o marido e os filhos agora têm planos de embarcar numa viagem de “volunturismo” nas próximas férias familiares – escolhendo um destino onde possam praticar ações de voluntariado e cultivando ainda mais os valores da sustentabilidade.